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Ela era Especial

December 23, 2015

Por: João Pessoa.


Créditos Imagem: Google Imagens.


Eu sentia que ela era especial para mim. Passava todos os dias pela mesma rua e lá estava ela à janela.Todos os dias eu sentia que algo me atraía para ela. Começava a ser doentia a ideia.


Um dia, na mesa do café, comentei com os amigos da mesa que queria conhecer aquela moça que tanto me seduzia.

 

"És maluco, pá!", sabes por que razão só a vês à janela?
-Não, não sei! (Na verdade nunca a tinha visto na rua. Apenas conhecia o seu belo rosto e o busto generoso.)
Ela é aleijada! Ela só anda em cadeira de rodas. É toda torta.
Verdade, pá?, perguntei eu.
E depois vais dar uma queca por fora?- ironizou ele.
Epá, tu sabes do que falas?, perguntei eu.
Claro que sei, pá! Ela vai dançar contigo?, Ela vai passear contigo de mão dada no jardim?, Ela vai acompanhar-te, sem tu ficares envergonhado? Vais escondê-la dos amigos? Vais mantê-la presa em casa?

-Não pá, depois de tu me dizeres isso ainda fiquei mais interessado por ela! E sabes que mais?!, podes ter a certeza que eu vou casar-me com ela e vou ter filhos dela! - Ouve o que te digo!- gritei!
E até lá, só voltas a falar comigo no dia em que fores padrinho do meu primeiro filho!


AHAHAHAHAHAH, ele ficou a rir enquanto eu, amigo de sempre dele, me afastava furioso mas determinado!

 

                                               ««««« »»»»»

 

Um dia, vi um carro parar à porta da casa dela e um senhor, aparentando uns 40 anos, sair do carro e tirar uma cadeira de rodas do porta-bagagens do carro, para a sentar lá. Ela estava no banco da frente com a porta aberta, esperando que o pai lhe trouxesse a cadeira de rodas.


Eu corri para o carro e pedi-lhe de modo desesperado, "deixe-me ajudá-la!"
Ela riu-se para mim e disse com serenidade, "não é preciso, o meu pai é que insiste em não me deixar fazer as coisas sozinha."


O sorriso dela era ainda mais lindo ao perto. Eu sentia que estava francamente apaixonado. Eu ajoelhei-me no passeio e tentei segurar na cadeira. O pai estava surpreendido comigo e nem se mexeu. Deixou-me fazer tudo.


Entretanto, ela com os seus braços fortes elevou-se, apoiando-se nos braços da cadeira de rodas e sentou-se comodamente e com agilidade.


Eu não tirava os olhos dela e fixei-os ainda mais, disse-lhe o meu nome e entreguei-lhe um papel com o meu nome e o meu número de telefone. E à laia de despedida, levantei-me lentamente e implorei-lhe, olhando-a bem de frente, "telefone-me, por favor..."
 

 

                                                 «««« »»»»


Passaram-se dois anos! E eu estava casado com ela e esperando cá fora na Sala de Espera da maternidade, pela notícia do nascimento do nosso primeiro filho! Ao meu lado, o meu amigo, o tal amigo (…) olhando-me com ar feliz! Ele ia ser padrinho do meu filho e estava tão emocionado quanto eu!
 

NOTA:

Esta história talvez não tenha sido inventada e gostei muito de a escrever...

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